Primeiro ensaio Peugeot 3008 1.6 Blue HDI 120 Allure: candidato à liderança!

25/10/2016 0 Por Autoblogue
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Existiu como automóvel arraçado de SUV com tendências de monovolume, sedutor entre as mulheres devido ao seu aspecto arredondado, fofinho, bem motorizado e jogano com o “Grip Control” para encher os egos dos que não conseguiam ter um SUV daqueles que vão a todo o lado. Foi um sucesso mesmo estando longe do topo e dos números de vendas do Nissan Qashqai. Regressa com o mesmo nome e… nada mais! Sem margem para erro num segmento onde todos se acotovelam para ganhar migalhas, o 3008 surge como candidato a roubar a liderança ao Qashqai.

Passaram apenas seis anos desde o lançamento do primeiro 3008 que foi um sucesso até ser atropelado pelo fenómeno Nissan Qashqai e, mais recentemente, pelo excelente Seat Ateca. Ora de virar o jogo e com o 3008, a Peugeot fez “all in” e numa altura em que os novos familiares são estes “crossover” poucos minutos foram suficientes para perceber que a marca francesa fez tudo certo e pode ganhar tudo nesta aposta forte.

peugeot3008_testdrives_201610_69Depois de ter experimentado o 3008 acredito que os vendedores da Peugeot têm, finalmente, um carro que se vende a ele mesmo. Basta que se instalem a bordo, liguem o botão da ignição que dá vida aos ecrãs do painel de instrumentos e o que está colocado no topo do tablier e na hora ficam embeiçados pelo 3008. Podem já estar aí a pensar que estou a exagerar. Olhem que não.

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peugeot_3008_1605styp_201_jpgPrimeiro, o habitáculo do 3008 tem um desenho original que foge a algumas normas, mantendo a ideia do volante pequeno e painel de instrumentos alto. Antes não tinha nome, agora chama-se “i-Cockpit”. Mantendo a sensação de casulo do anterior 3008, os acabamentos são muito, muito melhores, a qualidade de construção superior. A posição de condução é agradável, mantendo-nos altos, mas sem exagerar. E não tenha problemas que o volante é pequeno, mas tem boa pega e o ecrã que funciona como painel de instrumentos é perfeitamente visível. No topo da consola central, lá está um ecrã de dimensões generosas sem ser exagerado!

Tudo encastrado em nichos de qualidade e com bom gosto nos grafismos, sendo de destacar que o painel de instrumentos (versão francesa do Virtual Cockpit da Audi) tem cinco modos de visualização, uns mais felizes que outros, ficando a seu cargo a escolha. Por baixo do ecrã central encontramos um belíssimo conjunto de botões dispostos como teclas de piano, feitos em alumínio, suaves ao toque e que controlam as principais funções do sistema de info entretenimento. Para rematar o excelente ambiente a bordo, uma suave iluminação LED surge em redor do interior.

Nesta altura ainda duvida do que lhe digo e estará a pensar como os ecrãs da Peugeot tinham grafismos assim a dar para o feio, para não dizer outra coisa. Bom, o do ecrã que faz de painel de instrumentos, já lhe disse a minha opinião, quanto ao do ecrã central posso dizer que tem gráficos de alta resolução, “refresca” rapidamente após cada ação e responde rapidamente e suavemente incluindo as ações de apontar, reduzir e aumentar. E ao contrário do que se passa com o 208 e o 308, a visibilidade em qualquer condição de luminosidade é perfeita.

Os bancos dianteiros são confortáveis e suportam bem o corpo, no banco traseiro há espaço em altura, ligeiramente menos para as pernas, sendo que aqui não se percebe onde estão os 80 mm a mais que o novo 3008 tem a mais que o anterior modelo (sendo que a distância entre eixos aumentou 62 mm). Atrás o Seat Ateca e o Nissan Qashqai oferecem mais espaço para arrumar as pernas e o 3008 não tem uma das melhores coisas do interior do VW, o banco traseiro que desliza sobre calhas e reclina as costas. Em contrapartida há muitos espaços de arrumação e a bagageira tem 520 litros de capacidade. A Peugeot oferece a tampa da bagageira de abertura elétrica e a função de abertura mãos livres. O rebatimento do banco traseiro não deixa degrau e pode ser feito através de dois comandos colocados na bagageira.

Não tenho problema nenhum em lhe dizer que a partir do equipamento Allure (seguindo-se o GT Line e o GT) o 3008 exibe qualidade que o coloca a par de uma das referências do segmento, o Volkswagen Tiguan.

peugeot3008_testdrives_201610_68Que dizer, então, do exterior? Tudo aquilo que viu até hoje na Peugeot… esqueça! O 3008 tem uma aparência musculada, acentuada por cavas das rodas vincadas, uma linha de cintura elevada e pormenores muito interessantes como o vinco que entra pelos faróis dianteiros, a agressividade da parte inferior do para choques, os farolins traseiros com a garra que é símbolo da Peugeot, unida por uma barra em preto brilhante do mais belo efeito, uma superfície vidrada estreita e com um arranjo muito interessante do terceiro vidro lateral e detalhes que deixam qualquer um seduzido por este 3008. As rodas são grandes com 17, 18 ou 19 polegadas, o que não é nada habitual!

Enfim, por dentro ou por fora, o Peugeot 3008 distingue-se da multidão e coloca-se na dianteira no que toca aos equipamentos que mais lhe interessam nos dias que correm: interatividade, conectividade e destaque.

A gama de motorizações do 3008 contempla motores a gasolina e a gasóleo, e em Portugal a Peugeot vai comercializar o 1.2 Puretech com 130 CV (gasolina) e o 1.6 BlueHDI 120 CV e o 2.0 Blue HDI com 150 e 180 CV. Debrucei-me sobre o 1.2 Puretech (primeiro ensaio a seguir…) e naquele que vai ser o carro mais procurado, o 1.6 Blue HDI com 120 CV, infelizmente, com caixa automática e não a manual que será a mais vendida.

O 3008 não tem nenhuma versão de tração integral apoiando-se, apenas, no “Grip Control” já conhecido do anterior modelo e no controlo de velocidade em descida, algo que também não é inovador. Os ângulos de desempenho são interessantes (20 graus à frente e 29 graus atrás), mas as incursões fora de estrada são demasiado limitadas para pensar seriamente nisso. Mesmo que o “Grip Control” traga consigo pneus para “all weather” e a definição eletrónica do diferencial dianteiro e do ESP ajude um nadinha em pisos com lama, areia ou neve.

Com o motor 1.6 BlueHDI com 120 CV, o 3008 não é particularmente vivo, mas os rivais também não, e o Qashqai com o bloco 1.5 dCi 110 e o Seat Ateca 1.6 TDI 115 CV fazem jogo igual em termos de aceleração 0-100 km/h. O 3008 cumpre o exercício em 11 segundos. Mas não fique já com caraminholas na cabeça porque na utilização que você e eu, todos nós fazemos, o motor PSA é mais que suficiente com muito vigor entre as 1500 e as 3000 rpm, capaz de empurrar o 3008 até aos 120 km/h bem depressa quando abandonamos o ambiente citadino. Não é o mais refinado dos motores, mas consegue ser suave, sossegado e nunca me senti incomodado andando devagar ou depressa. Com a caixa automática, tudo fica mais fácil e utilizando o modo automático ou manual, o motor tem sempre boa resposta e dificilmente é apanhado em situações de falta de resposta. E é económico, pois a Peugeot revelou os dados de medições em condições reais de utilização que bateram certinhas com o que consegui obter: 6,4 l/100 km diz a Peugeot, fiz 6,6 l/100 km… questão de jeito, naturalmente!

peugeot3008_testdrives_201610_74Bonito, tecnológico, confortável, bem equipado, o 3008 não deixou nenhum detalhe de fora e no que toca ao comportamento, volta a estar em excelente plano. Andei com o 3008 nos arredores de Bolonha e tive a oportunidade de circular em estradas míticas das “Mille Miglia” como o Passo de Futa, a maioria delas sem trânsito!, e fiquei surpreendido.

Abusando nas curvas mais apertadas, pão nosso de cada dia por onde andei, o 3008 não perde a compostura com o eixo dianteiro a revelar excelentes níveis de aderência e a carroçaria a não adornar em demasia, algo de espantar, pois as suspensões do 3008 não são, de todo, duras. Gostei da direção com o peso certo, mesmo que saber o que as rodas dianteiras estão a fazer seja uma tarefa quase impossível. Pequeno detalhe: o volante pequeno requer alguma habituação pois o ângulo de viragem é diferente.

Contas feitas, o que mais me impressionou foi mesmo esta mistura de comportamento de nível superior com um conforto inesperado para um carro que usa rodas tão grandes com suspensões nada duras. É verdade que em alguns buracos e em zonas com lombas onde se chega um pouco mais depressa, percebemos a pancada, mas nunca nos deixa indispostos ou com necessidade de ir ao endireita. Já agora um conselho: não ligue muito ao “Grip Control” pois os pneus são ligeiramente mais duros e o conforto ressente-se. E como não acredito que queira o 3008 para fazer passeios todo o terreno, esqueça lá o “Grip Control.”

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peugeot3008_testdrives_201610_80Veredicto

O Peugeot 3008 foi uma agradável surpresa, com excelente dinâmica, um estilo muito agradável e sedutor, qualidade acima da média e boas performances. O equipamento de série oferecido é generoso, o espaço quer para passageiros, quer para carga, é generoso e a praticabilidade é elevada. Os preços não estão na parte inferior do segmento, mas o que o 3008 oferece merece o dinheiro que custa embora tenha para mim que o melhor 3008 é o equipado com o bloco 1.2 Puretech a gasolina. Quer-me parecer que a Peugeot tem um ganhador entre mãos e candidato a ser o melhor do segmento!

José Manuel Costa

Peugeot 3008 1.6 BlueHDI 120 Allure

Preço 34.750€; Motor 4 cil. turbodiesel 1560 c.c.; Potência 120 CV/3500 rpm; Binário 300 Nm/1750 rpm; Transmissão Dianteira, caixa manual de 6 vel.; Suspensão independente McPherson fr./eixo de torção deformável tr. Travagem Discos vent fr/Discos tr; Peso 1300 kgs Mala 520 lts; Depósito nd; Vel.máx 189 km/h; Acel.0-100 km/h 11,6 s Consumo médio 4,2 l/100 km (consumo real de 6,4 l/100 km); Emissões CO2 104 gr/km

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