
Entrevista Nico Muller: “vou atacar o título DTM 2020 com toda a força”
03/11/2020Nascido em Thun há 28 anos (25 de fevereiro de 1992), vive em Berna com a sua namorada Victoria e tem um filho chamado Fynn. É piloto Audi no DTM, alinhando pela equipa ABT Sportsline e vai estar na luta pelo título 2020 do DTM na derradeira jornada dupla a disputar no Nurburgring. O seu nome? Nico Muller.
A sua carreira começou no karting, onde se manteve entre 2004 e 2007, tendo dado o salto para a Fórmula Renault 2.0 em 2008, tornando-se campeão em 2009 do campeonato suíço da disciplina. O seu talento atirou-o para a GP3 onde conquistou o 3º lugar em 2010 e o 4º lugar em 2011, tendo dado passo ao lado para a Fórmula Renault 3.5 em 2012. Foi apenas 9º em 2012 e 5º em 2013, saindo dos monolugares para tentar uma carreira no DTM. Desde 2014 que é piloto da Audi e foi 2º classificado no campeonato de 2019, tendo 9 corridas no seu palmarés. Em 2019 e 2020, esteve com a Audi na Fórmula E.
“Nunca baixei os braços! Tentei mostrar que ainda era capaz de lutar, mesmo quando as coisas estão muito complicadas.
O AUTOBLOGUE falou com o suíço sobre a temporada, estranha, de 2020, o que vai fazer para tentar o título este ano e como vai ser a luta, pelo segundo ano consecutivo, com René Rast.
O piloto suíço começou muito forte, mas começou a fraquejar e em Zolder as dificuldades foram muitas. Mas a forma parece estar de regresso. “É verdade, nos primeiros dois terços da temporada, o desempenho foi muito bom. Estivemos muito fortes todos os fins-de-semana e vencemos corridas. Em Nürburgring, a nossa corrida foi interrompida com um problema técnico. Já em Zolder, pela primeira vez em 2020, faltou-me um bom desempenho na qualificação. E como todos sabem, começar no meio do pelotão é sempre mais complicado e os erros aparecem mais facilmente. Mesmo assim, pensava ter andamento para chegar ao pódio, mas aí o René Rast esteve perfeito, aproveitou os meus problemas e marcou muitos pontos.”
Mas nunca baixou os braços, verdade? “Nunca! Tentei mostrar que ainda era capaz de lutar, mesmo quando as coisas estão muito complicadas. A corrida de domingo do segundo fim de semana de Zolder é um exemplo disso mesmo: não estávamos em posição de ganhar, mas tentei fazer o melhor possível. Estou muito confiante para Hockenheim, é uma pista que conheço muito bem e acho que estou perfeitamente preparado.”
Convirá lembrar que Nico Muller ganhou o ano passado na jornada final do DTM. “É verdade, ganhei e fiz a minha primeira ‘pole position’ no DTM. Vou concentrar-me nos nossos pontos fortes e, como uma equipa, vamos dar tudo para garantir que possamos diminuir a diferença de pontos.” Ou seja, é garantido que Nico Muller vai “atacar ao máximo e, com sorte, ainda serei capaz de decidir a batalha a meu favor.”

A situação este ano é um nadinha diferente, o que vai Nico Muller fazer nesta última prova de 2020. “Como referi, vou dar tudo por tudo. O ano passado, o título foi decidido no Nürburgring e foi um desastre, com um fim de semana medíocre. Consegui segurar o vice-campeonato, mas por muito pouco. Este ano estou numa situação muito mais favorável! As nossas chances são mais do que apenas hipóteses e mesmo que a diferença seja considerável, mas já vimos muitas situações em que a caça virou caçador e no final acabou com o troféu na mão. Agora que sou o perseguidor, vou fazer tudo para ultrapassar essa diferença de 19 pontos.”
E, contas feitas, voltamos a um duelo entre Nico Muller e René Rast, tal como em 2019. Quais são os pontos fortes e os pontos vulneráveis, na tua perspetiva, do teu adversário? “Entre os pontos fortes do René, este ano em particular, está a sua capacidade de tirar absolutamente o máximo de uma situação em que ele não está na luta pela vitória. Especialmente nesta temporada, durante a qual nós, como os três candidatos ao título, dominamos em grande parte, ele ainda assim sempre esteve em posição de terminar no pódio, marcar muitos pontos e permanecer na disputa pelo título. E quando as coisas estavam a correr-lhe bem, conseguiu, sempre, capitalizar e recolher bons pontos. Para mim, o único problema dele foi a gestão dos pneus. Aí, fui claramente melhor que ele.” E isso poderá fazer a diferença nesta última jornada? “Vamos ver…”
