
Veículos híbridos “Plug In” emitem mais emissões que o anunciado
23/11/2020Quem o diz é um estudo – sendo que estudos valem o que valem… – feito pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente.
Evidentemente, as associações ambientalistas, com a Zero na liderança, rasgaram as vestes com indignação. Imediatamente veio pedir para acabar com os benefícios fiscais na compra de carros híbridos.
Tudo isto porque a Federação Europeia de Transportes e Ambiente parece estar à procura de um novo “Dieselgate”. Ora, ao que parece, as vendas de modelos híbridos estão a subir de forma impressionante, sendo esperados meio milhão de unidades vendidas em 2020.
Como os construtores precisam de reduzir a média de emissões de CO2 e a aposta nos elétricos é muito cara e não serve para todos, os híbridos Plug In são a solução. O problema está na falta de correlação entre os valores homologados e os valores reais.
A Federação Europeia de Transportes e Ambiente fez outro estudo sobre as emissões de modelos híbridos, escolhendo o BMW X5, Volvo XC60 e Mitsubishi Outlander. E, sem surpresa, os modelos a funcionar sem a ajuda da parte elétrica, têm emissões muito superiores. Por exemplo, o Volvo XC60 passa para 184 gr/km e o Outlander para 164 gr/km, enquanto o X5 chega aos 254 gr/km.
E quando se utiliza o modo de recarga da bateria, os valores de CO2 aumentam, respetivamente, 12 vezes face ao homologado para o X5, 3,4 vezes para o XC60 e 4,7 vezes para o Outlander. Também se verificou que as autonomias em modo elétrico são bem menores quando usamos o sistema com fortes acelerações. O BMW X5 faz o motor de combustão entrar em funcionamento após 18 km, o Volvo XC60 após 11 km. O que quer dizer que após ligar o motor de combustão interna, a ajuda elétrica dura apenas 11, 23 e 19 km, respetivamente, para o X5, XC60 e Outlander, antes de começar a ultrapassar os valores oficiais. Mais! Segundo o estudo, o cumprimento das emissões homologadas dura entre 61 a 86 km. Quanto maior a viagem, maior o consumo.
O que sobra de tudo isto? Bom, que quem compra um híbrido deve carregar a bateria todos os dias porque muitos modelos fora deste estudo – curiosamente, foram escolher os mais pesados e maiores – conseguem manter uma boa autonomia elétrica. E conseguem, mesmo, andar sempre com alimentação elétrica nos trajetos pendulares casa-trabalho-casa. O resto são estudos…
A associação ambientalista Zero quer acabar com os benefícios dos PHEV e deixar incentivos apenas para os carros elétricos. Depois, quer que os PHEV tenham mais de 80 km de autonomia elétrica, comprovada, para terem acesso a descontos fiscais na componente do CO2. Finalmente, os computadores de bordo devem deixar de ser calibrados pelos construtores.
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