Ensaio Fiat 500C Hybrid: será o híbrido descapotável mais divertido do mercado?

Ensaio Fiat 500C Hybrid: será o híbrido descapotável mais divertido do mercado?

10/12/2020 0 Por Jose Manuel Costa
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Apesar do logótipo Hybrid um pouco por todo o lado, o 500 tem uma mecânica híbrida muito suave que serve o objetivo de oferecer uma variante do citadino com esta mecânica. Para rivalizar com o Honda e, há o novo 500. Mas esse é conta de outro rosário. Para já, o ensaio ao Fiat 500C Hybrid.

Rating: 3 out of 5.
  • A Favor – estilo, conceito, diversão
  • Contra – sistema híbrido muito suave

A Fiat não pode parar e ficar á espera da Stellantis e por isso vai mexendo, com rigor e cuidado, nas suas gamas. A tendência encaminha-nos para a eletrificação e a casa de Turim serve o 500 em dois gostos diferentes: o tradicional 500 com esta motorização híbrida muito suave e o renovado 500 100% elétrico e com 4 portas. Este, como lhe disse, fica para outras núpcias. O 500 híbrido é o carro que já está à venda em Portugal e que é algo deste ensaio AUTOBLOGUE.

Como é o 500C Hybrid?

Bom, posso dizer que o 500C Hybrid é o mais suave dos híbridos que conheço, evidentemente sem capacidade de carregamento externo e com uma autonomia em modo 100% elétrico de… zero quilómetros. Até aqui, nada de extraordinário, pois se comprar outro carro com sistema “mild hybrid” as cifras são as mesmas.

O sistema híbrido suave recupera a energia vinda da desaceleração e também a energia da travagem que se perderia normalmente. A primeira forma de recuperação de energia obriga a ter um motor de arranque gerador que está ligado à cambota do motor de 3 cilindros com 1 litro de cilindrada através de uma correia. Assim, o sistema híbrido ajuda o motor no arranque. 

O que vem da travagem é guardado na bateria e quando é preciso acelerar com mais vigor, a bateria ajuda. Bateria de 12 volts está colocada debaixo do banco do passageiro.

Enfim, um sistema simples, barato e funcional sem adicionar peso ou complexidade e oferecendo uma opção híbrida. Mas… nestas coisas há sempre um mas… A Fiat poderia ter ido mais longe.

Sente-se o sistema híbrido? E as performances?

Lambi as páginas todas do comunicado de imprensa do lançamento do Fiat 500C Hybrid e descobri que a Fiat adiciona, com o sistema híbrido suave, exatamente 1 CV à potência do anterior bloco 1.2 litros. Ou seja, há 70 CV disponíveis graças à magra ajuda da eletricidade.

Sabem o que isto quer dizer? Se já conduziu outros híbridos, perceberá que não há um aumento de aceleração devido à potência elétrica. Aliás, olvidando os logótipos Hybrid, não diria que o 500C fosse um híbrido. Mas ele existe, ajuda a ligar o motor nas situações em que funciona o “stop start” e na aceleração menos ecológica.

Depois há outra coisa meio estranha. O 500C Hybrid obriga-nos a mudar o estilo de condução para que a eficácia do sistema seja evidente.

Mas, é assim tão diferente dos outros híbridos?

Para que a coisa seja minimamente eficaz e com consumos reduzidos, a Fiat explica que temos de tirar o pé do acelerador e desengatar o carro, deixando-o rolar… em ponto morto sempre que possível. E o 500C ensina-nos a fazer isso!

Se rodar a 30 km/h ou menos, o painel de instrumentos mostra o símbolo N e exorta-nos a desengatar o carro e a deixá-lo rolar. Pois… exatamente aquilo que há anos andamos a dizer para não fazer!

No 500C, assim que colocamos a caixa em ponto morto, o motor desliga-se e o silêncio toma conta do habitáculo… e se a inclinação foi favorável serão longos segundos ou minutos sem o motor a trabalhar.

Se essa descida acabar num semáforo vermelho, tudo bem, mas se entrar numa subida ou se o semáforo passar a verde, temos de engatar uma mudança (1ª ou 2ª) e, do lado de fora, parece que somos uns aselhas. Mas há um truque para evitar fazer figura feia… é só dar um toque no acelerador que o motor começa a trabalhar e engatar uma mudança é mais simples. Sim, não é tão ecológico, mas não passa vergonhas (risos).

Assim sendo, é mais económico que um 500 a gasolina?

A Fiat diz que o bloco 1.0 litros FireFly com hibridização suave é mais económico que o mais antigo propulsor 1.2 litros. E sobretudo, que emite menos 19% de CO2. Neste particular não posso dizer nada, apenas que a Fiat homologou emissões de CO2 de 89 gr/km, em ciclo NEDC. Nos documentos oficiais da Fiat e no seu sítio em Portugal, o carro emite 108 gr/km de CO2 segundo o protocolo WLTP.

No que toca aos consumos, a Fiat reclama para o 500C Hybrid um consumo médio de 4,8 l/100 km. E então, o que é que eu consegui fazer?

Bom, respeitando as indicações do carro e aproveitando as colinas de Lisboa, consegui que o computador de bordo me devolvesse um valor de 6,2 l/100 km. Longe da cifra homologada, mas ainda assim, simpático. Numa condução mais descontraída, o valor de consumo aproximou-se, muito, dos 7 litros por cada centena de quilómetros. 

A caixa manual de seis velocidades tem uma sexta longa pensada para otimizar os consumos fora do casco urbano, sendo responsável pelo aumento de consumo pois em cidade ou nos arredores serve para pouco. Mas como se percebe, o sistema híbrido não é fator decisivo na redução dos consumos.

Qual é a minha opinião sobre o 500C Hybrid?

Confesso que sou um admirador do 500, do estilo, da ideia e do interior divertido. Perdoou os materiais menos conseguidos, os revestimentos dos bancos em material reciclável – uma bondosa ideia, mas são ásperos – a falta de espaço no banco traseiro, enfim, a posição de condução. Mas abrir o tejadilho e ver as estrelas por um postigo ou de teto totalmente aberto é muito satisfatório. É verdade que o sistema híbrido é tçao suave… que nem damos por ele. Não fossem os logótipos e diria que este é um 500 normalíssimo. Faltam algumas ajudas á condução, mas o 500 é assim mesmo. E todos gostamos do 500 assim. E, já agora, há um novo 500, mas este totalmente elétrico que será vendido lado a lado com este híbrido até que os clientes assim o queiram. Suspeito que vão continuar a querer durante muito tempo, pois o Fiat 500 Hybrid é o híbrido descapotável mais fofinho, giro e divertido que existe! Mesmo sendo (ainda) mais caro que um 500 normal.

Ficha técnica

Motor

Tipo: 3 cilindros em linha, injeção multiponto

Cilindrada (cm3): 999

Diâmetro x Curso (mm): 70 x 86,5

Taxa de Compressão: 12,0:1

Potência máxima (CV/rpm): 70/6000

Binário máximo (Nm/rpm): 92/3500

Transmissão: dianteira com caixa manual de 6 vel.

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/eixo de torção

Travões (fr/tr): discos ventilados/tambores

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 12,9

Velocidade máxima (km/h): 163

Consumos misto (l/100 km): 4,8 

Emissões CO2 (gr/km): 108

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 3571/1627/1488

Distância entre eixos (mm): 2300

Largura de vias (fr/tr mm): 1413/1407

Peso (kg): 950

Capacidade da bagageira (l): 185-610

Deposito de combustível (l): 35

Pneus (fr/tr): 185/55 R15

Preço (Euros): 22.114

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