
Herbert Diess vence “batalha” e recebe apoio para transformar o Grupo VW
15/12/2020
Após uma luta breve, Herbert Diess fez valer os seus argumentos e o conselho de administração do grupo VW decidiu apoiar os projetos de reforma do grupo VW do seu CEO.
Diz o povo que “quem vai á guerra… dá e leva” e no caso de Herbert Diess, conseguiu apoio para fazer as reformas que entende necessárias, mas não conseguiu uma extensão do seu contrato.
Em comunicado, o conselho de supervisão refere que os seus membros “deliberaram de forma unânime a atribuição de todo o apoio à estratégia do CEO Herbert Diess, particularmente na orientação da companhia para a mobilidade elétrica e a digitalização.” Mais, os responsáveis pelo grupo VW referem que “nos próximos anos, o conselho executivo irá implementar esta estratégia sob a liderança de Herbert Diess.”
Fica, assim, confirmada a liderança de Diess e a sua estratégia. Também conseguiu o apoio do conselho de supervisão e executivo para a sua escolha do novo diretor financeiro e o desejo de separar os negócios automóvel dos componentes e peças.
Além disso, há o compromisso de corte de custos em diversas áreas nos próximos dois anos.
Os pontos chave do programa de Diess assentam nestes pressupostos:
- Lamborghini e Ducati vão permanecer dentro do grupo VW, não havendo desinvestimento como chegou a ser alvitrado. Já a Bugatti fica de fora deste compromisso e há quem fale na venda da marca francesa aos croatas da Rimac.
- Bentley passa para o controlo da Audi e o atual responsável da Porsche, Oliver Blume será o responsável pela casa britânica. A Bentley e a Audi vão partilhar mais tecnologia e a introdução da eletrificação na marca britânica.
- A fábrica de Wolfsburg manter-se-á como um pilar da operação do grupo e será o berço dos modelos elétricos da VW. Satisfeito fica um desejo dos sindicatos.
- Arno Antilitz, atual diretor financeiro da Audi, ocupará o lugar de Frank Witter como responsável das finanças do grupo VW. Esta foi uma questão que levantou celeuma entre os sindicatos pela sua postura quando passou pelo cargo de diretor financeiro da marca VW.
Outra das vertentes do programa de Diess é cortar custos de forma a libertar recursos para orientar o grupo, já com 83 anos, para uma empresa modelada segundo a imagem da Tesla.
Essa visão de Herbert Diess levou a uma confrontação com Bernd Osterloh, o membro do conselho de supervisão representante dos sindicatos. Resolvida com esta apoio unânime do conselho executivo aos planos de Diess.