
Hubert Auriol, vencedor do Dakar em carros e motos, faleceu aos 68 anos
10/01/2021
O homem que acabou uma etapa do Dakar com dois tornozelos partidos em cima da sua Cagiva não conseguiu resistir a um acidente cardiovascular e ao Covid-19, falecendo, hoje, aos 68 anos.
Segundo comunicado da família, Hubert Auriol, não resistiu a um acidente cardiovascular, depois de uma luta intensa há algum tempo com a Covid-19. Tinha 68 anos e um palmarés na competição assinalável.
Foi piloto e diretor de prova do Paris-Dakar e os seus sucessos e o profundo conhecimento de África colaram-lhe ao nome a alcunha de “O Africano”. Além disso, era um verdadeiro africano, pois nasceu em Adis Abeba, na Etiópia em 1952.
Ganhou o Paris-Dakar em 1981 e 1983 aos comandos de uma BMW R80 GS (motos que inspiraram uma gama da BMW Motorrad que, ainda hoje, é das mais bem-sucedidas da casa bávara), ganhou uma vez mais em 1992, mas com um automóvel, no caso um Mitsubhshi Pajero Evo. Foi o primeiro piloto a ganhar nas motos e nos carros.

Uma das imagens que ficam na lembrança de todos é a chegada da penúltima etapa do Paris Dakar de 1987, em lágrimas e com dores excruciantes, em cima da sua moto com os dois tornozelos partidos.
Uma queda e as graves lesões não o impediram de chegar ao final da etapa de uma prova que liderava. Mas que o forçaram a abandonar as provas de motos.
Tornou-se, em 1995, no responsável máximo do Dakar, posição que manteve até 2004. Foi sob a sua lidetança que a prova começou, pela primeira vez, fora de França – prova começou em Granada, Espanha, em 1995, 1996 e 1999 – e foi ele quem imaginou fazer a corrida ao contrário, ou seja, saindo de Dakar rumo a Paris (1997 e 2000).
Fez uma perninha na apresentação de “reallty shows” ao liderar o programa “Koh-Lanta” em 2001, na TF1.
Hubert Auriol, juntamente com Henri Pescarolo, Patrick Fourticq e Arthur Powell, ficou com o recorde da circunavegação do mundo num avião com motor, no caso, um Lockheed 18. Os quatro amigos fizeram juntos um voo que durou 88h49m sempre a voar. Isto em 1987, pouco tempo depois de ter partido os dois tornozelos no Paris-Dakar.
Hubert Auriol deixa três filhas (Jenna, Julie e Leslie), além de duas netas e a sua atual companheira Soumia Malinbaum.