O que é, afinal, a “Renaulution”? O AUTOBLOGUE tentar adivinhar antes de Luca de Meo revelar tudo daqui a horas

O que é, afinal, a “Renaulution”? O AUTOBLOGUE tentar adivinhar antes de Luca de Meo revelar tudo daqui a horas

13/01/2021 0 Por Autoblogue
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O nome diz tudo… será uma verdadeira revolução que Luca de Meo vai promover na centenária Renault.

Além do regresso de modelos do passado como a 4L e o R5, a Alpine será muito diferente e até a Dacia vai virar-se de pernas para o ar.

Será uma mudança radical que vai cortar, definitivamente, o cordão umbilical com a liderança de Carlos Ghosn que durou 15 longos anos. E que quando ela desapareceu, trouxe as trevas com prejuízos e queda nas vendas: 4,5% em 2019, massivos 21% em 2020. Embora aqui, com grande responsabilidade da pandemia de Covid-19. 

Dois anos de deriva foram suficientes para provocar uma reação dentro do grupo francês. A primeira decisão foi recrutar Luca de Meo, o ex-CEO da SEAT que colocou a marca espanhola no caminho do lucro. 

Será ele que amanhã, bem cedo, vai apresentar o novo plano estratégico para a Renault com o ambicioso nome “Renaulution”. Afinal, o que é este plano estratégico?

Evidentemente que se espera uma transformação profunda que estanque a hemorragia financeira e permita olhar o futuro com outros olhos.

Um dos pilares deste plano estratégico é a aceleração rumo á mobilidade 100% elétrica e a eletrificação das suas gamas. Depois, acabar com todas as gamas que não são rentáveis. Finalmente, reorganizar o parque industrial e aumentar a produtividade, reduzindo custos. Até aqui, nada de novo.

Até agora, a Renault tinha dado passos de bebé rumo a eletrificação. Só o ano passado apareceu com a tecnologia E-Tech híbrida e híbrida Plug In e avançou com uma nova plataforma elétrica CMF-EV, onde será baseado o novo Megane que, será, 100% elétrico.

É verdade que a Renault continua forte no mercado europeu com Zoe e com o Kangoo ZE. Mas há quem esteja bem mais avançado nesta temática.

Seja como for, a Renault foi fazendo anúncios como o do Megane elétrico, cuja antevisão foi o protótipo eVision (um SUV, claro!) e de um automóvel de generosas dimensões 100% elétrico.

Híbridos Plug In serão dois, em 2021 e 2022, entre eles o Megane E-Tech berlina que é ainda desconhecido.

Alguns entendem que o Talisman deve regressar, mas como automóvel 100% elétrico. 

Depois, Luca de Meo vai tentar jogar o trunfo revivalismo com o 4L e o R5. Ou seja, cavalgando a mesma onda que a Fiat com o 500 e a Mini. 

Ambas as reincarnações serão 100% elétricas e o 4L reveberá o nome de “Renault 4Ever” e o R5, o nome “Renault Five”. A base será a mesma do Zoe e o Twingo Electric terá vida curta, pois o 4Ever tomará o seu lugar. Terminará, assim, a colaboração com a Smart que partirá para uma nova vida na China com os novos “patrões”.

Para a Alpine, está reservado o papel de marca desportiva do grupo e marca ligada á competição. 

O projeto de Fórmula 1 está ao abrigo de cortes porque Luca de Meo é um apaixonado pela competição e entende que o desporto é uma forma poderosa de marketing. E vai aplicar à Alpine a receita que desenhou para a CUPRA.

Aliás, os modelos desportivos da Renault devem passar a ser Alpine ou recuperar um nome querido dos entusiastas do automóvel, Alpine Renault. Lá está, o mesmo que De Meo fez com a SEAT e a CUPRA e anteriormente com a Abarth na Fiat. E todos sabemos que o nome Alpine é forte e unido à Renault nos modelos desportivos pode ser um sucesso.

Foi por isso que de Meo quis que a equipa Renault F1 passasse a Alpine F1, recuperando Fernando Alonso como embaixador da marca.

Além disso, o futuro da Alpine passa pela mobilidade elétrica. Laurent Rossi, um ex-executivo da Google, acaba de ser nomeado CEO da Alpine.

Acreditamos que Luca de Meo possa anunciar o fim de gamas como o Scénic e o Espace. 

E a introdução de um sistema E-Tech híbrido no Captur. O SUV da Renault não tinha previsto a utilização do sistema usado no Clio, apenas o Plug In.

Sabe-se, também, que Luca de Meo, nestes últimos seis meses, esteve a analisar detalhadamente os projetos deixados por Bollore e geridos por Clotilde Delbos – que deverá estar a seu lado amanhã dando-lhe o destaque pelo programa de corte de custos que vale 2 mil milhões de euros – e que haverá novidades em seis a oito deles.

Quanto à Dacia, depois de, finalmente chegar ao mercado elétrico com o Spring, a casa romana vai mudar de logótipo que pode ver na foto abaixo. Espera-se que a gama seja reforçada com modelos SUV híbridos e híbridos Plug In.

E, claro, Luca de Meo quer que a marca continue a oferecer lucros com duplo dígito, empurrando-a um pouco mais para cima, descolando-lhe o rótulo de “low cost”. Será uma “low cost” com primazia ao “value for Money”, ou seja, oferecendo mais pelo dinheiro que gasta.

Acredita-se, também, que Luca de Meo apresente uma quarta marca para o grupo, dedicada à mobilidade. 

No que toca às previsões financeiras, o novo CEO da Renault vai implementar o seu mantra “valor sobre volume”, ou seja, não interessa vender ziliões de carros se não há valor acrescentado. 

E de Meo tem muito que tratar, pois a Renault perdeu 7,29 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2020 e no segundo derreteu 3 mil milhões de apoio financeiro do Estado francês. Os prejuízos da Nissan também não ajudaram, pois a Renault tem 43% da Nissan.

O “Renaultution” sucede ao “Drive the Future” de Carlos Ghosn, que abandonou o grupo francês depois de ser preso no Japão em 2018.

O plano do executivo libanês abrangia os anos 2017 a 2022 e previa um volume de negócios de 70 mil milhões de euros em 2022, um aumento fantástico face aos 55 mil milhões de 2016. A margem de lucro operacional seria de 7% em 2022. Era 6,4 em 2016.

Infelizmente para a casa francesa, nada disto se concretizou. A Renault saiu da China em 2019, já tinha saído do Irão em 2018 e a pandemia em 2020 acabou com o resto. Os 21% de perda de vendas é doloroso para a Renault. E a dependência da Europa manteve-se, com 49% das vendas a serem feitas no Velho Continente.

Os resultados foram apresentados há pouco tempo e mostram que o plano de corte de custos e o foco no lucro já está a produzir resultados. Por isso, deverá haver uma revisão das previsões para 2021 e 2022.

Segundo a consultora Morgan Stanley, o EBIT (lucros antes de impostos e juros) será de 0,7% este ano e 1,8% em 2022. A margem operacional do grupo subirá para 4% em 2022. Mas Luca de Meo quer mais e por isso deverá afastar a marca dos produtos de baixo lucro (como o Clio) e concentrar-se nos SUV e nos modelos elétricos.

Daqui a umas horas, saberemos mais sobre o plano “Renaulution” de Luca de Meo. O AUTOBLOGUE estará presente na conferência de imprensa virtual.

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