
Alfa Romeo Brennero e substituto do Giulietta podem ter como base o Peugeot 2008 e 308
01/02/2021
Todos acreditam que a melhor coisa que aconteceu à Alfa Romeo foi a fusão da FCA com a PSA. Razões para isso? O CEO da Stellantis e as sinergias de grupo.
Não há dúvidas que a Alfa Romeo é uma marca resiliente. Já passou por tanta coisa e após o enésimo plano de recuperação, o mercado não reagiu e a casa de Arese vendeu em 2020 apenas 36.526 unidades, ou seja, 0,31% de quota de mercado. É um recuo de 32,2% à conta de uma gama com dois modelos – excelentes, por sinal! – já que o Giulietta já se despediu da gama da Alfa Romeo.
A Lancia, outra marca que poderá ganhar vitalidade na Stellantis, vendeu 43.109 carros em Itália, e a DS, outra marca de nicho da Stellantis vendeu 43.028 unidades em 2020.
Para se perceber a importância da Alfa Romeo no novo grupo mundial, Carlos Tavares deslocou Jean-Philippe Imparato, o até agora bem-sucedido CEO da Peugeot, para cuidar da casa do Biscione.
A tarefa não será propriamente fácil, mas a Stellantis acredita que poderá dar a volta á situação aproveitando as sinergias dos dois grupos agora unidos e com algum pragmatismo ao invés de lirismo.
O Tonale vem do tempo da FCA, mas Imparato terá de fazer mais e alargar a gama e torná-la mais moderna. O Giulia e o Stelvio têm por base uma das melhores plataformas do mercado, a Giorgio, mas precisa de mais produção para ser rentabilizada e amortizada. Mas ela não serve para outros produtos que possam libertar maior margem de lucro e por isso a Alfa Romeo deverá recorrer à plataforma EMP2 da PSA e que serve de base ao 308 da Peugeot e ao DS4.
Entretanto, a Stellantis já está a remodelar a fábrica polaca de Tichy para que novos modelos da Alfa Romeo, Fiat e Jeep possam ser produzidos.
Dessas marcas vão surgir novos SUV que terão como base a plataforma CMP que faz de base ara o Peugeot 2008. Na Fiat e na Jeep serão os sucessores, respetivamente, do 500X e do Renegade. Que são o mesmo carro, na essência. Modelos que precisam de uma rápida remodelação, pois desde 2014 que estão no mercado. Quanto à Alfa Romeo será a chegada a um segmento lucrativo pela primeira vez, mas onde há forte concorrência. Será, também, a forma engenhosa de regressar ao segmento B de onde saiu com o MiTo há bastante tempo.
Estamos a falar do Brennero, nome que ainda não é oficial (mas quase…) e que traduz mais um dos montes dos Alpes italianos que já deram nomes a carros da Alfa Romeo, o Stelvio e o Tonale.

O Brennero será um modelo eletrificado e com uma versão 100% elétrica, algo que já foi confirmado pela FCA. O carro será uma mescla de sinergias da Stellantis e terá versão desportiva. Até porque tal como Tavares, Imparato é um apaixonado pelos desportivos e numa marca com a tradição que tem, seria impensável não haver versões mais desportivas.
Quando foi anunciado a sua descontinuação, parecia que não iria haver um substituto para o Giullietta, até porque o Tonale irá “cair” no segmento C. Mas Carlos Tavares sabe que o SUV não chega para aumentar a rentabilidade e por isso sabe-se, agora, que, afinal, o Giulietta vai ter um substituto e que o projeto já está em andamento.
A promessa é que será um desenvolvimento rápido – à imagem do que sucedeu com i Corsa, por exemplo – aproveitando as sinergias da Stellantis.
A Alfa Romeo terá, assim, um rival para carros como o Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes Classe A, aproveitando a Stellantis para aproveitar a, ainda, gloriosa imagem de marca da casa de Arese. Vai reforçá-la, vai recuperar os sucessos do passado e dar-lhe um lustro que andava a ficar baço com tanta reviravolta.
Fica por saber o que vai suceder com o Giulia e o Stelvio, mas acredita-se que ambos vão ser substituídos aproveitando o que têm de muito bom e juntando os ingredientes que o caixote de peças gigantesco da Stellantis tem com a união dos grupos FCA e PSA. E, como referimos, com Jean-Philippe Imperato, a tradição da marca não será beliscada, antes renovada e melhorada. Excelentes notícias para os amantes da marca do Biscione.