
Audi pode retirar A1 de um segmento cada vez menos rentável
11/02/2021
O A1 foi lançado em 2010 e recebeu uma remodelação total em 2018 com uma segunda geração que, provavelmente, será a última, a confirmarem-se os rumores da retirada da Audi do segmento.
Tudo se resume aos custos e a forma como a eletrificação dos modelos utilitários arruína qualquer possibilidade de libertar margem de lucro. Por isso mesmo, Markus Duesmann, o CEO da Audi, em declarações à margem da apresentação do e-Tron GT, deixou no ar a possibilidade de abandonar o segmento.
“Discutimos isso todos os dias o que fazer com os segmentos mais baixos. No segmento do A1, temos algumas marcas dentro do grupo VW ativas e muito bem sucedidas, com elevados níveis de produção elevados, pelo que temos de equacionar o futuro do A1. Iremos, certamente, oferecer o Q2 e modelos como este. Poderemos deixar a esse nível a nossa entrada de gama e não modelos abaixo.”
Esta reflexão não é nova e deixa claro que a nova tendência de produzir menos e lucrar mais pode aniquilar a oferta de modelos utilitários, colocando a ênfase nos SUV e em modelos a partir do segmento B/C e não do B.
E como a eletrificação é uma inevitabilidade, os custos vão subir em flecha e a margem de lucro esfuma-se, ainda por cima num mercado em que os SUV são os mais desejados.
Claro que há marcas que vão continuar no segmento aproveitando a deserção da maioria e tendo margem para acomodar o menor ou inexistente lucro no segmento.
Curiosamente, a Audi está a trabalhar no regresso do A2! Recordam? O monovolume utilitário que surgiu em 1999. Será um regresso com formato SUV, mecânica 100% elétrica e feito a partir do protótipo AI:ME revelado há dois anos.
“Eu gosto do A2 e claro que também refletimos sobre o segmento do A2 e não seguindo um renascimento direto, estamos a pensar nisso e pode surgir o E2 e não o A2, um E3 e não um A3. Quem sabe?” referiu Duesmann, acrescentando sobre a redução da oferta de modelos com motores de combustão que “temos de cortar! Quando olhamos para o Q4 e-tron, temos um modelo que oferece motor elétrico e um motor térmico e isso é algo que não desejamos.”
Para o patrão da Audi, “construímos carros 100% elétricos porque queremos oferecer mais funcionalidade, pelo que teremos, no futuro, de encurtar as gamas com motores térmicos nos próximos anos. Temos de o fazer e vamos fazer!”