
Opel Elektro GT, o avô dos carros elétricos, faz 50 anos! Parabéns!
29/04/2021
Modelo nasceu em 1971, ano em que os astronautas da Apollo 15 foram os primeiros a conduzir um veículo lunar 100% elétrico. Chamava-se Opel Elektro GT.
Nos dias 17 e 18 de maio, no circuito de Hockenheimring, na Alemanha, Georg von Opel entrou em pista decidido a estabelecer novos recordes de velocidade para automóveis elétricos, ao volante de um modelo especialmente preparado e modificado: o Opel “Elektro GT”. No final, viria a bater nada menos que seis recordes mundiais.
Neto de Adam Opel, fundador da Opel, empresário de sucesso e atleta de classe mundial, Georg von Opel encetou a tentativa de bater recordes com o “Elektro GT” não apenas para “validação do conceito” dos futuros Veículos Elétricos a Bateria, como também para perpetuar uma tradição familiar.

Isto porque o seu primo “Raketen-Fritz” (Fritz, o “Homem-Foguete”) preenchera as manchetes dos jornais entre 1927 e 1929 fruto das suas demonstrações de veículos propulsionados a foguetes, com especial destaque para a realizada no circuito de Avus, a 23 de maio de 1928, quando o RAK 2 atingiu uma velocidade máxima de 238 km/h.
O Opel “Elektro GT” contava com dois motores elétricos Bosch de corrente contínua (DC) que, em conjunto, debitavam 88 kW ou 120 cv de potência contínua e uma potência de pico máxima de 118 kW ou 160 cv.
A empresa Varta forneceu as quatro baterias de níquel-cádmio instaladas ao lado e atrás do condutor. Compostas por 280 células, estas baterias adicionaram 590 kg aos 960 kg do GT de produção em série, o que perfazia um total de 1550 kg.
A tentativa de recorde de longa distância exigiu a utilização de 360 células, aumentando ainda mais o peso das baterias para 740 kg. Acusando 1700 kg na balança, o GT passava a pesar o mesmo que uma camioneta Opel Blitz com distância entre eixos curta. O peso extra exigiu molas mais tensas e a Continental desenvolveu pneus especiais de alta pressão, que minimizaram o atrito de rolamento.
O trabalho aerodinâmico realizado na carroçaria incluiu a cobertura de todas as entradas e saídas de ar à frente, um capô plano, sem a saliência para o carburador existente no GT de produção, a remoção dos pára-choques, espelhos e puxadores das portas, bem como a remoção completa dos conteúdos dos compartimentos do motor e do passageiro.

O sistema eletrónico de gestão ocupava toda a bagageira e, único num GT, a traseira apresentava um grande ‘spoiler’. As luzes traseiras foram removidas e a respetivas furações foram simplesmente tapadas. O silenciador do sistema de escape foi substituído por um permutador de calor.

A alimentação elétrica do sistema de gestão eletrónica estava a cargo de uma bateria convencional de automóvel, alojada à frente, no compartimento do motor, onde os motores elétricos substituíam o motor a gasolina original. Montadas em suportes especiais, as baterias de alimentação dos motores – mais comuns nos aviões a jato – ocupavam todo o espaço disponível ao lado e atrás do habitual lugar do condutor, deixando-lhe apenas espaço suficiente para se sentar num banco normal.

Ao volante do “Elektro GT”, Georg von Opel viria a estabelecer, a 17 de maio de 1971, quatro novos recordes mundiais para carros alimentados a eletricidade:
Distância | Tempo | Velocidade |
1,0 km | 19,061 seg. | 188,86 km/h |
1,0 km arranque parado | 31,066 seg. | 115,88 km/h |
0,5 km arranque parado | 19,358 seg. | 92,98 km/h |
0,25 milhas (cerca de 400 m) com arranque parado | 16,869 seg. | 85,87 km/h |
Distância | Tempo | Velocidade |
10 km | 4 min 43,69 seg. | 126,89 km/h |
10 milhas (cerca de 16 km) | 7 min 35,63 seg. | 127,15 km/h |
No entanto, a baixa capacidade de energia das baterias de níquel-cádmio impediu que se batesse um outro recorde mundial, para os 100 km realizados a uma velocidade constante de 100 km/h, tentativa que abortou após apenas 44 quilómetros.
