A mobilidade elétrica pode conduzir à falta de água no planeta?!
04/05/2021
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Poderá parecer dramático, mas um gestor de carteira de ativos da DWS Group (empresa alemã de gestão de ativos), Paul Buchwitz, referiu que a escassez de água é uma das ameaças do “novo mundo”.
O “novo mundo” é um mundo onde a tecnologia que alavancará o crescimento económico do futuro, mas pode enfrentar uma assustadora escassez de água no planeta.
E este gestor de ativos deixa claro que a chegada da “ecologização” da economia pode levar a graves problemas… ambientais!
Um destes casos reside nos semicondutores (vulgarmente chamados “chip”). Um automóvel está carregado deles – e está a existir uma crise violenta de falta de “chips” e até fábricas já pararam – e um automóvel elétrico bem se fala!
Para produzir um circuito integrado são necessários 100 litros de água! É verdade, para fazer um “chip” gasta-se 100 litros de água.
Peguemos no exemplo de uma qualquer fábrica de circuitos integrados. As máquinas que fazem os semicondutores têm de ser limpas a cada etapa do processo de produção. Cada lavagem gasta 100 litros de água. Mesmo que alguma seja reutilizada, é um gasto absurdo de água que, por exemplo, em Taiwan, levou as empresas perante a maior seca dos últimos 60 anos a encaminhar água por camião!
Ora, a produção de semicondutores é cada vez maior e a sua sofisticação leva ao uso de cada vez mais água e isso pode levar a uma seca que terá fortes impactos na economia mundial.
E analisando os números da desertificação e da seca prolongada, Taiwan e Coreia do Sul são dos países mais afetados com a seca. Sem surpresa Taiwan produz 10% dos semicondutores de todo o mundo e a Coreia do Sul 15%. Mas há mais!
O hidrogénio verde não é uma excelente solução, pois cada litro de combustível sintético precisa de 1,4 litros de água. O que tem uma coisa a ver com a outra?
Se o combustível for feito a partir de hidrogénio gerado através de energias renováveis, são precisos 70 litros de litros de água para fazer um litro de combustível sintético!
Por outro lado, as centrais de energias renováveis exigem, também, grandes quantidades de água para se manterem.
Enfim, a procura de água não vai aumentar apenas pela explosão demográfica e correspondente procura de alimentos, mas por esta “sanha” persecutória ao automóvel que está a empurrar a indústria para um enorme problema que acabara por atirar ao chão alguns dos grandes grupos industriais e, sobretudo, causará um problema ambiental com a escassez de água. Ou seja, a transformação da economia numa economia mais “verde” pode estar a criar problemas… ambientais!
