
Carros 100% elétricos são mais eficientes que os alimentados a hidrogénio ou a gasolina sintética
13/05/2021
Publicado no “Nature Climate Change”, este estudo puxa a “brasa à sardinha” dos defensores dos carros elétricos. É mais um estudo dos muitos que surgem um pouco por todo o lado.
Segundo luz lançada por este estudo, os carros elétricos são uma melhor solução que os automóveis alimentados a hidrogénio. Diz o estudo que o custo de criar hidrogénio para o automóvel bem como o custo de desenvolver os combustíveis sintéticos pode levar à manutenção da dependência dos combustíveis fósseis.
É verdade que a mobilidade elétrica está a tomar conta do universo automóvel, mas construtores como a Toyota ou a Porsche não se rendem e estão a fazer muito “barulho” com o hidrogénio e com os combustíveis sintéticos respetivamente.
Estes últimos têm, ainda, a enorme vantagem de poder ser utilizados nos modelos atuais com poucas ou nenhumas alterações e são vistos como a salvação do bom e velho motor com ciclo Otto.
O maior problema é que para produzir combustíveis sintéticos é maior que a energia exigida pelos veículos elétricos.
Segundo Falko Ueckerdt, do Instituto de Pesquisa dos Impactos Climáticos, situado em Potsdam, Alemanha, esta situação pode ser preocupante. “Combustíveis feitos com base no hidrogénio podem ser um meio de energia limpa, mas os seus custos e os riscos associados são também grandes. Se nos agarramos às tecnologias de combustão e esperamos alimentá-las com estes novos combustíveis que se forem caros e escassos, vamos acabar a queimar mais petróleo e gás!”
Isso não significa que não haja necessidade de explorar o hidrogénio e os combustíveis eletrónicos. De facto, para indústrias como a de camiões de longo curso e voos de longa distância, a energia elétrica pode nunca ser uma solução adequada.
Os combustíveis sintéticos requerem cinco vezes mais eletricidade que os carros elétricos, pelo que pode acontecer um regresso aos combustíveis fósseis.
Segundo um dos autores do estudo, Romain Sacchi, em declarações ao jornal “The Guardian”, “ainda estamos muito longe de conseguir usar 100% de energia reciclada. E contas feitas, se os combustíveis a base de hidrogénio, as emissões não vão descer, mas subir em comparação com combustíveis fosseis.