
Mercado europeu fecha 2021 com perda de 1,5% de vendas
18/01/2022
O mercado do velho continente assistiu a movimentos curiosos, ganhos e perdas significativas e um dado comum: a crise dos semicondutores.
A crise dos semicondutores fechou, com estrondo, a porta à recuperação do mercado europeu para os níveis antes da pandemia. O mês de dezembro registou uma quebra de 22%, arrastando o acumulado para uma perda líquida de 1,5%, dados da ACEA, a associação dos construtores europeus de automóveis.
No meio da tempestade, marcas houve que encontraram o caminho para rodear o cabo das tormentas. As melhores foram a Hyundai e a Toyota, no polo oposto estão a Renault, Mercedes e grupo Volkswagen.
O gigante alemão manteve o seu estatuto de líder de mercado na Europa com a Volkswagen, marca que perdeu 6,7% das vendas para 1,27 milhões de unidades. A Peugeot foi a segunda marca mais vendida com um recuo de 2,3% para 734.383 unidades. Apenas 12 mil carros a mais que a Toyota, a terceira marca mais vendida no Velho Continente. Recordamos que a casa japonesa tinha sido sexta classificada em 2020.
Contas feitas, foram vendidos 11,77 milhões de veículos na União Europeia, reino Unido e países da EFTAdurante os doze meses de 2021, dos quais 950.218 foram-no em dezembro.
Top 10 das marcas mais vendidas na Europa 2021 Marca | Vendas 2021 (unidades) | Variação 2020/2021 (%) |
Volkswagen | 1.274.137 | -6 |
Peugeot | 724.383 | -2 |
Toyota | 712.574 | +10 |
BMW | 682.895 | +1 |
Renault | 678.736 | -17 |
Mercedes | 642.948 | -13 |
Audi | 597.428 | -1 |
Skoda | 589.170 | -9 |
Ford | 523.970 | -19 |
Hyundai | 515.886 | +23 |
Comparando com 2020, o recuo é de 1,5%, mas preocupante para os construtores é perceber que face a 2019 a perda foi de 25%! Sim, leu bem, o mercado europeu comercializou 15,80 milhões de veículos em 2019, mais 25% que em 2021, sendo que 2020, o ano da pandemia, o recuo face a 2019 foi de 24,3%.
Se a Toyota conheceu uma excelente performance, o Grupo Hyundai não ficou atrás. Foi o grupo que mais cresceu em 2021: vendeu 1,02 milhões de unidades, mais 21% face a 2020. Posiciona-se, assim, como o quarto maior grupo europeu a meras 75 mil unidades do Grupo Renault. E para se perceber a dimensão deste feito, em 2010 a Hyundai vendia menos 400 mil unidades que a Renault.
Contas feitas, o grupo Hyundai Kia viu a sua quota de mercado subir para os 8,7% (eram 7% em 2020), tendo aproveitado a sua produção com menores dificuldades com os semicondutores e o lançamento de modelos disruptivos que se tornaram populares como o Hyundai Tucson.
Para o grupo Toyota, o crescimento de 9,6% para 760.178 unidades vendidas, permite-lhe ter, agora, uma quota de mercado de 6,5%. O lançamento do Yaris Cross revelou-se certeiro e com isso a casa japonesa ultrapassou a Daimler Mercedes, relegando os alemães para a sexta posição no ranking dos grupos europeus.
O Grupo BMW viu as vendas crescerem 1,3% para 858.762 unidades, com a BMW a crescer 1,2% e a Mini 1,7%. A quota de mercado manteve-se estável passando de 7,1 para 7,3%.
O primeiro resultado anual da Stellantis viu um recuo nas vendas de 1,8% com 2,38 milhões de unidades comercializadas. A quota de mercado ficou semelhante nos 20,2%.
Perdas maiores acumularam o Grupo VW e o Grupo Renault. O primeiro vendeu 2,94 milhões de unidades, um recuo de 3,7% com uma quota de mercado de 25%, menos 0,6% que em 2020. O segundo perdeu 10.9% das vendas para 1,09 milhões de unidades, uma perda de 1% na quota de mercado que agora é de 9,3%.
A Daimler também conheceu muitas dificuldades com um recuo de vendas de 11%. Venderam 678.574 unidades que confere uma quota de mercado de 5,8%, uma queda sensível face aos 6,4% de 2020. Por outro lado, a Mercedes perdeu a liderança entre as marcas Premium para a rival BMW.
A Jaguar Land Rover perdeu 6% de vendas para 149.784 unidades, um resultado feito com a Land Rover que recuou apenas 0,9%, pois a Jaguar caiu 19%. A falta de novos modelos penalizou, severamente, a marca.
Olhando a outros construtores, a Ford recuou 19% para 523.907 unidades e caindo 1% na quota de mercado para 4,4%. A Volvo cresceu 1,1% para 289.301 veículos e 2,5% de quota de mercado. A Nissan recuou 14% para 249.232 unidades, enquanto a Mazda cresceu 4% face a 2020 com 155.434 unidades.