Ensaio Toyota Yaris Cross: mais Yaris!

Ensaio Toyota Yaris Cross: mais Yaris!

17/05/2022 0 Por Jose Manuel Costa
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O Toyota Yaris Cross é algo mais que um Yaris arregaçado ou um Yaris todo-o-terreno. Está dentro do segmento B-SUV, um dos que mais cresce, e tem argumentos para canibalizar o Yaris. Além disso, é giro e divertido! Depois das primeiras impressões, o ensaio completo a um carro muito interessante.

Rating: 3.5 out of 5.
  • A Favor – Sistema híbrido, estilo, conceito 
  • Contra – Conforto em mau piso, performances

Poderosa como poucas, a Toyota pode dar-se ao luxo de criar as suas próprias tendências. Basta ver os anos em que esteve sozinha a lutar pelos híbridos e o que conseguiu ganhar com isso. Porém, há sempre uma altura em que temos de mudar a nossa orientação e escutar o mercado. E como alguém na Toyota Motor Europe terá dado um murro na mesa e exigido este Yaris Cross, a casa liderada por Akio Toyoda cedeu. Precisava a Toyota deste carro?

O segmento B-SUV é dos que mais cresce com clientes a descerem do segmento acima para comprarem os cada vez maiores B-SUV. Portanto, era preciso este Yaris Cross? Não… é essencial!

Toyota Yaris Cross

Yaris Cross com estilo divertido

Ao olhar para o Yaris Cross as palavras de Akio Toyoda vêm-me à memória. Dizia o veterano gestor que “nunca mais a Toyota irá fazer um carro aborrecido!” surgiram o Corolla, o RAV4, o Yaris e mais recentemente, o Yaris GRMN, o novo Yaris e o Yaris GR (clique aqui para ler o ensaio). 

Agora é a vez do Yaris Cross. Num primeiro olhar confesso que não deixo de me lembrar do RAV4 e o resultado final, depois de mais alguns momentos a olhar para o carro, é mesmo uma mistura entre o Yaris e o SUV da Toyota. 

Porém, tecnicamente, o Yaris Cross não é uma mistura dos dois pois começa por ser uma versão maior do Yaris. Isto porque tem a mesma plataforma (TNGA) e tem a mesma distância entre eixos. 

A partir daqui, sim, é totalmente diferente. Face ao Yaris tem mais 24 cm de comprimento, mais 2 cm de largura e mais 9 cm de altura, tem as cavas das rodas quadradas e a frente é, igualmente, diferente do Yaris.

E aqui entra a opção do estilo diferenciado do Cross que se atira de forma decisiva para o colo do público feminino. Sejam elas mães com filhos na escola, sejam mulheres jovens de sucesso ou jovens que gostem de ter um carro com bom aspeto.

Sendo verdade que o gosto é como os narizes, todos temos um e diferente, tenho de lhe dizer que acho enorme piada ao Yaris Cross. Acho giro, impactante e divertido. Muito giro mesmo! Minha opinião, claro!

Mecânica do Yaris Cross é igual à do Yaris

O Toyota Yaris Cross usa a mesma mecânica do Yaris, ou seja, o bloco 1.5 litros híbrido, um sistema que a Toyota anda a refinar há anos. 

É um bloco a gasolina sem turbo e com ciclo Atkinson. Tudo simples como conhecemos há quase duas décadas: acelerar, travar, ouvir o motor a gritar e a não rimar com a velocidade e deixar que a eletrónica tome conta de tudo. 

Depois, há dois modos de condução (Eco e Power) que, curiosamente, fazem aquilo que prometem: o primeiro limita a performance, mas economiza bastante, o segundo atira às malvas a economia e oferece tudo o que o sistema híbrido tem para dar. Que, infelizmente, não é assim tanto.

E como é o Yaris Cross ao volante?

Dizer que um carro que pesa 1200 kgs é leve não deixa de ser uma aleivosia. Porém, depois de ter andado com tanto carro elétrico nos últimos tempos, o Yaris parecia uma pena! E por isso, dei por mim a andar muito soltinho.

A direção responde de forma imediata aos movimentos no volante com a suspensão a compensar bem os movimentos da carroçaria, com a plataforma a merecer todos os elogios que lhe têm sido dispensados. 

Tudo isto em cidade ou em estradas secundárias, pois em autoestrada há maior dificuldade, sobretudo para manter um ritmo de cruzeiro elevado.

O Yaris Cross é confortável, mas em mau piso há algumas batidas nos limitadores de curso das suspensões e algumas vibrações chegam ao interior. Nada de verdadeiramente negativo ou incomodativo, mas acontece.

E o interior é igual ao do Yaris?

Essencialmente sim, mas com algumas diferenças. O estilo é agradável sem ser excecional e não deverá envelhecer tão depressa. Os bancos são confortáveis e mitigam um pouco a referida dureza da suspensão em pisos mais irregulares.

A qualidade geral é boa, mas há aqui e ali alguns plásticos de menor valia. Por exemplo, na parte inferior da consola central, por baixo da coluna de direção e outros locais mais escondidos. Tudo o resto é de qualidade.

Já o painel de instrumentos é diferente do Yaris, mais semelhante ao do Corolla. O sistema de info entretenimento é mais evoluído face ao que é oferecido em outros modelos, com botões físicos bem integrados e Android Auto e Apple CarPlay sem fios.

A bagageira tem a possibilidade de rebater as costas do banco traseiro nas proporções 40-20-40, mas reserva uma engenhosa repartição 60-40, que permite colocar duas bicicletas sem rodas da frente ou uma planta de elevadas dimensões sem ter de rebaixar todo o piso da bagageira. Pode, ainda, esconder alguma coisa dos olhares alheios. 

Finalmente, outro detalhe: a chapeleira é dobrável, feita em material flexível que tem um aspeto mais ou menos estranho.

Há espaço para arrumar as pernas com relativo á vontade no banco traseiro e podem sempre colocar os pés debaixo dois bancos dianteiros. A forma da parte traseira da carroçaria pode causar alguma claustrofobia, especialmente para os mais baixos, mas há a habitabilidade é muito razoável. 

E no que toca aos consumos, é económico?

O ensaio ao Yaris Cross Hybrid percorreu vários tipos de estradas e auro estrada. Sem muitas preocupações e explorando as capacidades do sistema híbrido, o computador de bordo devolveu-me valores acima dos 5 litros. Em autoestrada os valores subiram um pouco, mas quando tive mais cuidado com as acelerações e a velocidade, privilegiando a cidade, os valores desceram para excelentes 4,6 l/100 km.

Quer isto dizer que no final do ensaio a média total ficou em muito bons 5,6 l/100 km!

O que é que eu penso deste Yaris Cross?

Confirmei a opinião do primeiro ensaio! Como marca de enorme capacidade e, há que dizer, humildade, a Toyota percebeu que ignorar, olimpicamente, o segmento B-SUV era um disparate. E como os europeus sabem como fazer carros destes, a Toyota entregou o Yaris Cross ao braço europeu e o resultado é excelente. Poderá não ter o refinamento do interior de alguns rivais, mas tem muita qualidade, o estilo é sedutor, o sistema híbrido não oferece grandes performances, mas é económico e encarado da forma correta é muito agradável de utilizar. Os preços são interessantes, mas a versão ensaiada, a Square Collection, fica por quase 30 mil euros. É exagerado apesar do bom equipamento oferecido, quer de segurança quer de conveniência.

Ficha técnica Motor: 3 cilindros em linha, injeção multiponto ciclo Atkinson; Cilindrada (cm3): 1490; Diâmetro x Curso (mm): 80,49 x 97,6; Taxa de Compressão: 13,0:1; Potência máxima (CV/rpm): 91/5500; Binário máximo (Nm/rpm): 120/3800-4800 (motor elétrico 80 CV/141 Nm); Potência combinada (CV): 116; Transmissão: dianteira com ECVT; Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente; Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/eixo de torção; Travões (fr/tr): discos ventilados/discos; Prestações e consumos: Aceleração 0-100 km/h (s): 11,2; Velocidade máxima (km/h): 170; Consumos misto (l/100 km): 3,2 – 3,6; Emissões CO2 (gr/km): 102; Dimensões e pesos: Comprimento/Largura/Altura (mm): 4180/1765/1590; Distância entre eixos (mm): 2560; Largura de vias (fr/tr mm): 1515/1515; Peso (kg): 1150; Capacidade da bagageira (l): 390; Deposito de combustível (l): 36; Pneus (fr/tr): 215/50 R18; Preço (Euros): 29.720

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