
Renault vai rever sistema híbrido E-Tech
25/05/2022A Renault vai rever o sistema híbrido E-Tech para eliminar alguns pontos fracos, nomeadamente, alguma falta de fôlego em subidas prolongadas.
Acreditamos que em Portugal esta situação não se coloque, pois, temos um país mais ou menos plano. Mas se for um visitante usual da Serra da Estrela, do Marão ou do Espinhaço de Cão e tiver um Clio, Captur ou Arkana E-Tech, já terá passado por esta situação.
O sistema E-Tech, segundo a imprensa francesa, tem alguma dificuldade em lidar com subidas longas, perde potência e limita a velocidade. Na verdade, aqui no Autoblogue, já experimentámos isso quando se acaba a bateria na versão híbrida.

A subir o IC16 perto de Sintra, a bateria acabou e com o pé a fundo, o Clio não passava dos 50 km/h.
Será isto uma falha catastrófica? Coloca em causa o excelente sistema híbrido E-Tech? Claro que não. Nem sequer é uma avaria!
O sistema tem uma pequena bateria com 1,2 kWh de capacidade, alimentando o motor elétrico que ajuda o bloco com 1.6 litros atmosférico (91 CV) a ter mais vivacidade.
Ora, quando a subida é longa e exigente, a bateria esvazia-se enquanto o diabo esfrega o olho. O motor gerador/motor de arranque elétrico desliga-se, despojando o bloco térmico de 20 CV. Mais! Este motor gerador vai roubar potência ao propulsor de combustão interna para recarregar a bateria. Neste processo não há ajuda da parte elétrica.
Para ultrapassar esta situação, a Renault vai rever e instalar uma atualização da gestão de energia e que estará já nos modelos novos. A evolução chama-se D40 e o sistema, quando deteta uma subida que pode ser exigente, gere a utilização das duas energias para não esvaziar, imediatamente, a bateria.
O modo Sport fica sem efeito e graças a uma atualização das relações de caixa, começa por usar a 3ª velocidade com ajuda do motor térmico durante 3 a 4 quilómetros. Depois, ao passo que a bateria chega aos 33% de carga, a caixa passa para segunda velocidade e o motor térmico fica sem ajuda elétrica.
O motor térmico passa a recarregar a bateria através do motor de arranque/alternador até que a bateria chegue aos 55% da carga. Este processo dura 3 a 4 km. Quando se alcance este estado da bateria, a caixa passa para a 3ª velocidade com ajuda elétrica. E o ciclo recomeça.
Como os ciclos duram entre 3 e 4 km, a performance não sofre alterações muito evidentes e há sempre uma reserva de energia para uma necessidade de ultrapassagem. Porque a bateria nunca fica vazia. E, assim, não volta a acontecer o carro ficar sem fôlego e limitado a um ritmo de tartaruga.
O modo Eco não deve ser usado nas subidas longas, pois para diminuir o consumo de combustível o modo deixa a bateria ser descarregada abaixo dos 20%. E nesse nível, em caso de necessidade de ajuda elétrica, ela não existe.
Os modelos novos a partir de junho já vão estar equipados com esta alteração, mas os proprietários de modelos E-Tech anteriores, podem marcar uma atualização, gratuita, do seu veículo.