Ensaio Toyota RAV4 Hybrid Plug In: classe e qualidade

Ensaio Toyota RAV4 Hybrid Plug In: classe e qualidade

02/06/2022 0 Por Jose Manuel Costa
0 0
Read Time:6 Minute, 21 Second

O Toyota RAV4 Hybrid Plug In é oferecido pela marca que foi a pioneira na hibridização, porém, das últimas a chegar aos híbridos com carregamento externo. A grande questão é saber se os seis mil euros de diferença entre o híbrido e o híbrido Plug In se justificam. Será valor acrescentado?

Rating: 4 out of 5.
  • A Favor – Qualidade de construção, habitabilidade, performances
  • Conta – Preço, capacidade da bagageira

Ser o SUV mais vendido no mundo não pode ser coincidência! E se em modo híbrido sempre gostei do refinamento com alma, da qualidade sem ser pretensioso, enfim, do espaço que oferece, esta variante híbrida com carregamento exterior do Toyota RAV4 Hybrid Plug-in adiciona a capacidade de circular muitos quilómetros só com energia elétrica.

Toyota RAV4 Hybrid

Toyota RAV4 Plug In com a mesma plataforma do híbrido

O modelo com este sistema Plug In, não tem mudanças na plataforma (continua a ser a excelente TNGA GA-K) e como diz muita da publicidade destes carros: carrega as baterias na travagem e na tomada elétrica, é inteligente na cidade e é mais fácil de usar que um interruptor.

E porque falamos de simplicidade, este RAV4 adiciona, apenas, uma bateria maior e a possibilidade de carregar essa bateria através de uma tomada elétrica. O resto fica mais ou menos igual. Vamos aos números!

Toyota RAV4 Hybrid

Potência, performances e autonomia em alta

O RAV4 é um 4×4 pois tem um motor elétrico no eixo traseiro, o mesmo sistema i4WD do modelo híbrido. E é sempre 4×4 não há cá mudanças de tração à gente, atrás, 4×4, não! É sempre 4×4 combinando os 182 CV do motor de combustão interna, os 55 CV do motor elétrico traseiro, a que temos de juntar o motor elétrico dianteiro com 179 CV. 

Combinados debitam 306 CV, o que permite performances assinaláveis como os 6 segundos dos 0-100 km/h e uma velocidade máxima de 135 km/h em modo 100% elétrico. Posso desde já dizer-lhe que é mentira! 

O Toyota RAV4 Hybrid Plug In, pelo menos nas minhas mãos, fez 142 km/h sem que o motor térmico entrasse em ação. E não, não foi a descer, tenham a certeza…

Naturalmente que esta performance é um bocadinho um disparate, pois é estar a estragar a carga da bateria que dura 75 km e massivos 98 km em cidade. Diz a Toyota!

Bom, no casco urbano a autonomia ficou-se pelos 88 km, a segunda (antes daquele exercício de velocidade pura) chegou aos 78 km. O quê? Pois é… consegui fazer melhor que o anunciado. Claro, sem exceder limites de velocidade e tentando ser o mais económico possível e… vá lá, com algumas descidas generosas. Acreditem, celebrei como doido este feito… fiz melhor do que a Toyota! Numa medição mais realista do modo de utilização quotidiano, fiquei pelos 60 km. Ainda assim, nada mau!

Toyota RAV4 Hybrid Plug In arranca sempre em modo EV

O arranque é sempre em modo 100% elétrico. E aqui, ao contrário dos sofisticados modelos das marcas germânicas, terá de fazer duas escolhas. Difíceis… Se o seu percurso não tem mais de 50 quilómetros vá carregando o carro todos os dias e não precisa de fazer mais nada. O RAV4 trata de si. E se tiver muita gasolina no depósito, é melhor gastar que vai apodrecer e dar cabo do motor.

Caso tenha de percorrer mais de 50 km, basta selecionar o modo normal que encarrega o motor a gasolina de funcionar mais tempo. A carga da bateria vai-se embora, mas até lá o sistema vai gerindo a coisa e os consumos ressentem-se. 

A marca reclama 1 litro de gasolina por cada 100 quilómetros, algo impossível de alcançar. Vamos por partes. Em primeiro lugar, em modo puramente híbrido, o consumo registado foi de 2,6 l/100 km. Excelente. Mas o teste a sério começou quando acabou a autonomia elétrica. Aqui o sistema do RAV4 passou a funcionar como um híbrido convencional. E após mais de 60 km, o consumo final ficou nos 4,7 l/100 km. 

Grande resultado, sem prejudicar as prestações e com os cuidados mínimos que a condução híbrida requer. Contas feitas, o RAV4 Hybrid Plug In consegue uma autonomia próxima dos 800 km.

E se quiser tudo o que o sistema híbrido tem, está lá o modo Sport. E ainda o modo Trail para andar fora de estrada e o inevitável modo Eco para máxima eficiência.

Toyota RAV4 Hybrid

Performances boas e caixa CVT está melhor

Pode ficar entusiasmado com os 306 CV do sistema híbrido, mas lembre-se que o carro pesa quase duas toneladas. Ainda assim… wow, o carro é rápido! Empurrado pelos motores elétricos, o RAV4 tem muita capacidade de aceleração e no modo Sport… wowwww!

Porém, há uma coisa que me deixou muito feliz: podemos acelerar a fundo que a caixa CVT não faz o motor gritar como louco. Graças ao muito binário e potência elétrica, o carro salta para diante sem hesitações e o motor nunca parece estar em sofrimento, como aquele senhor ou senhora que quer arrancar, mas tem enormes dificuldades com o ponto de embraiagem…

Há um grande senão em tudo isto que coloca grande responsabilidade nos seus ombros: o RAV4 Hybrid Plug In sem a bateria carregada não é mais que um monte de metal e plástico com duas toneladas de peso que arrasta um lastro inútil sem carga. Por isso, nunca deixe o carro andar sem carga na bateria. Se não carregar amiudes vezes, torna-se um carro pouco interessante e, sobretudo, gastador.

Toyota RAV4 Hybrid Plug in só com 5 lugares

Só há cinco lugares, todos espaçosos, e a bagageira é enorme com 520 litros. Pena que o sistema de abertura elétrica do portão traseiro seja um nadinha irritante. Não é um SUV desportivo, mas defende-se muito bem nos traçados mais sinuosos, é amigo do condutor – estava eu na autoestrada de vidro aberto quando o painel de instrumentos me disse “é melhor fechar o vidro” para evitar perdas aerodinâmica – sendo confortável e um competente devorador de quilómetros.

O que penso deste Toyota RAV4 Hybrid Plug In?

Fácil de conduzir com um sistema híbrido Plug In inteligente que gere de forma perfeita os recursos disponíveis, o Toyota RAV4 Hybrid Plug In é um carro muito competente, eficaz e prático. Não nos arranca sorrisos de orelha a orelha pelo comportamento ou pela emotividade ao volante. O SUV mais vendido no mundo ficou ainda melhor com este sistema híbrido e só é pena ser tão caro, não trazendo nenhuma mais-valia ao cliente. A não ser que seja uma empresa. Quase valia a pena fazer uma empresa para comprar um!

Ficha técnica – Motor: 4 cilindros com ciclo Atkinson e motor elétrico acoplado; Cilindrada (cc): 2487; Potência máxima (CV/rpm): 185/6000; Binário máximo (Nm/rpm): 227/3200 – 3700; Potência máxima dos motores elétricos (CV): 182 (fr), 54 (tr); Binário máximo dos motores elétricos (Nm): 270 (fr), 121 (tr); Potência máxima do sistema (CV): 306; Transmissão: integral, caixa e-CVT de variação contínua; Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente; Suspensão (ft/tr): independente tipo McPherson/Independente duplo triângulo; Travões (fr/tr): Discos ventilados; Prestações e consumosAceleração 0-100 km/h (s): 6,0; Velocidade máxima (km/h): 180; Consumos (l/100 km): 1,2; Emissões CO2 (gr/km): 26; Dimensões e pesos Comp./Lar./Alt. (mm): 4600/1855/1690; Distância entre eixos (mm): 2690; Largura de vias (fr/tr mm): 1595/1615; Peso (kg): 1910; Capacidade da bagageira (l): 490/1604; Deposito de combustível (l): 55; Capacidade da bateria (kWh): 18,1; Autonomia elétrica (km) 75; Pneus (fr/tr):235/55 R19; Preço (Euros): 53.620

Happy
Happy
0 %
Sad
Sad
0 %
Excited
Excited
0 %
Sleepy
Sleepy
0 %
Angry
Angry
0 %
Surprise
Surprise
0 %